17 de agosto de 2013

Encontro vocacional Catequese discipulado e missão

Olá!
Como neste ano não temos o Quinto domingo para evidenciar dentro da vocação laical os catequistas, aqui vai um encontro especial para celebrar e aprofundar essa missão tão essencial na vida da Igreja.

QUINTA SEMANA
Tema: Catequese: discipulado e missão

Ambientação: Novo: Desenhar e recortar pés e escrever o nome dos catequistas da comunidade. Colocar os pés com os nomes espalhados no ambiente celebrativo. Colocar também uma vela e uma bíblia.
A.(Animador): Chamados a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo, os catequistas se tornam portadores do amor de Deus às crianças, adolescentes, jovens e adultos. Para viver essa experiência de discipulado o catequista é convidado a viver enraizado e edificado em Cristo.
Leitor 1: Na Igreja, corpo de Cristo, todos somos catequistas. Apesar de existir um serviço específico (o grupo ou a pastoral catequética), é missão de toda a Igreja transmitir a fé, zelar pela boa compreensão e vivência do evangelho.
T.: Somos catequistas, evangelizadores e anunciadores do Reino!
L2: Jesus deu a nós, pequeno rebanho, a tarefa de catequizar quando disse: “ide ao mundo inteiro e pregai o evangelho a todos os povos” (Mc 16,15; Mt 28,19). Com fidelidade e amor continuamos a transmitir e propor a fé em Jesus na pós-modernidade.
A.: Alegres pela missão que nos foi confiada, cantemos, com amor, a nossa vida, os nossos sonhos e, sobretudo, à glória de Deus que nos ama e nos convida para a missão de catequizar.
Canto Inicial (Eis-me aqui Senhor)
Eis-me aqui Senhor! Eis-me aqui Senhor! Pra fazer Tua Vontade pra viver do Teu Amor. Pra fazer Tua Vontade pra viver do Teu amor Eis-me aqui Senhor!
1.O Senhor é o Pastor que me conduz. Por caminhos nunca vistos me enviou. Sou chamado a ser fermento sal e luz. E por isso respondi: aqui estou!
2.Ele pôs em minha boca uma canção. Me ungiu como profeta e trovador. Da história e da vida do meu povo. E por isso respondi: aqui estou!
1.MOTIVAÇÃO
A- Somos batizados. No batismo nos tornamos seguidores de Cristo. Somos, assim, anunciadores do seu Amor. O catequista portador do amor de Deus e faz-se discípulo e missionário de Cristo para que os povos tenham vida. E, por isso, fazemos nossa súplica:
L1: Senhor, aqui estamos como instrumentos do Teu amor para contribuir na Tua messe.
T: Como catequistas, enraizados no Teu amor para ajudar na construção do Reino.
L2: Cristo, desejosos de continuar bebendo na sua fonte para testemunhar a Tua Igreja.
T.: Ajuda-nos a viver a fidelidade!
L3: Como discípulo que busca a justiça e a solidariedade.
T.: Indica-nos sempre o verdadeiro caminho!
L4: Senhor, alimentados no Teu espírito para servir,
T: Queremos ser como argila em tuas mãos para nos tornar um vaso novo e servir em Tua Igreja como missionários incansáveis no teu amor.
2.ESCUTA DA PALAVRA
A- O Senhor se revela no caminho da vida e nos convoca a sermos seus seguidores. Reconhecer Jesus no caminho da nossa vida nos fortalece na missão. Os discípulos de Emaús fizeram a experiência do encontro com o Senhor e ao reconhecê-lo logo partiram para anunciar o que viram e experimentaram. Cantemos:
Canto: Buscai primeiro o Reino de Deus
- Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça. E tudo mais vos será acrescentado. Aleluia! Aleluia!
- Não só de pão o homem viverá, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Aleluia! Aleluia!
- Se vos perseguem por causa de mim, não esqueçais o porquê. Não é o servo maior que o Senhor. Aleluia! Aleluia!
L1: Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas (Lc 24, 13-35 - Emaús). (Dialogado como segue)
T.: Glória a vós Senhor!
L2: Nesse mesmo dia, dois discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam a respeito de tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e começou a caminhar com eles.
L3: Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: “O que é que vocês andam conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste.
L4: Um deles, chamado Cléofas, disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que aí aconteceu nesses últimos dias?” Jesus perguntou: “O que foi?”
L5: Os discípulos responderam: “O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em ação e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele o libertador de Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que tudo isso aconteceu! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo, e não encontraram o corpo de Jesus. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos, e estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo, e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas ninguém viu Jesus.”
L1: Então Jesus disse a eles: “Como vocês custam para entender, e como demoram para acreditar em tudo o que os profetas falaram! Será que o Messias não devia sofrer tudo isso, para entrar na sua glória?” Então, começando por Moisés e continuando por todos os Profetas, Jesus explicava para os discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.
L2: Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando.” Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles.
L3: Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: “Não estava o nosso coração ardendo quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?”
L4: Na mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os Onze, reunidos com os outros.
L5: Palavra da Salvação.
T.: Glória, a vós, Senhor!
Silêncio e interiorização
3. MEDITAÇÃO A PARTIR DA PALAVRA
(Após uns minutos de silêncio colocar uma música de fundo ou cantar algum refrão orante. No centro do ambiente - já colocado a vela e a Bíblia - as pessoas tocam as duas mãos na palavra de Deus e em seguida se dirige até a vela e aquece as mãos no fogo. Retornando para lugar cada um continua a meditar a Palavra de Deus).
Invocação:
L1: Quando arder o teu coração na escuta da Palavra de Deus, digamos:
T: Aqui estou, Senhor!
L2: Quando os destinatários da missão nos chamar! Digamos:
L3: Quando a estrada for longa e encontrar espinhos! Digamos:
L4: Quando tivermos perdido a esperança na missão! Digamos:
L5: Ao alegrarmo-nos com a partilha do pão! Digamos:
L1: Se percebermos que a nossa fé esta fraca! Digamos:
L2: Ao encontrarmos Cristo na Eucaristia e nas crianças, adolescentes, jovens e adultos! Digamos:
L3: Se no caminho da vida encontrarmos um necessitado! Digamos:
L4: Ao sentir a Cruz pesar no nosso ministério de catequizar! Digamos:
L5: Se ficarmos desesperados no caminho da missão! Digamos:
4. ORAÇÃO TEMÁTICA
A.: Neste dia alegre, em que celebramos a vocação dos catequistas, queremos elevar a Deus, em dois coros, a oração do catequista, agradecendo e bendizendo Àquele que nos criou, nos chamou e nos amou. Rezemos:
Lado A: Pai, Creio em ti, meu Deus e criador, única fonte da minha vida. Creio na tua misericórdia em me perdoar e em me acolher sempre como filho(a).
Lado B: Jesus Cristo, creio em ti, nascido da virgem Maria, que me faz descobrir o amor de Deus Pai por mim e que, pelo teu grande amor, morreste numa cruz para nos salvar. Creio em ti, Jesus eucarístico, que deixaste o teu corpo e o teu sangue para alimentar a minha vida.
Lado A: Espírito Santo, creio que procedes do Pai e do Filho, que estás em mim, que ages em mim com os teus dons. Ó Pai, te peço pela força do teu Santo Espírito que eu seja catequista, construtor do teu Reino e, com um coração simples possa contemplar e anunciar o mistério da encarnação e louvar sempre a Trindade Santa.
T.: Amém.
5. LOUVOR SUPLICANTE
A.: Deus educador, que nos doa o dom da fé, nos fortalece na missão e nos acolhe em seu finito amor, há de escutar nossos louvores e pedidos. A ele nos dirigimos com amor, alegria e coração sincero.
L3: Benditas são as crianças, jovens, adolescentes e adultos que tu confias à nossa Igreja, que oferece a catequese como processo de educação na fé. Abençoa e protege todos os catequizandos. Rezemos:
T. Por teu amor, dai-nos tua paz e teus ensinamentos, Senhor!
L4: Os catequistas são discípulos missionários dos teus ensinamentos, ó Deus. Fortalece e dá ânimo aos educadores da fé fazendo com que eles sejam instrumentos de paz e justiça, rezemos:
L5: Tua Igreja faz brilhar tua luz na Terra. Com sua liturgia, seus ensinamentos e seus testemunhos de caridade a Igreja coloca-se como a grande educadora por excelência. Renova e revigora a assembleia do povo de Deus, os bispos, padres e religiosos por tua graça e amor, rezemos:
A.: Trindade Amada, escuta e atende nossos pedidos. Eles exprimem nosso desejo de formar um só corpo no caminho da paz, da educação na fé e da construção do Reino. Por Cristo, na unidade do Espírito Santo.
T.: Amém.
Música de Despedida: “Alma Missionária” (Paulo Roberto)
1.Senhor, toma a minha vida nova, antes que a espera, desgaste anos em mim. Estou disposto ao que queiras, não importa o que sejas, Tu chamas-me a servir.
Ref.: Leva-me aonde os homens necessitam Tua Palavra, necessitam mais força de viver. Onde falte a esperança, onde todos sejam tristes, simplesmente, por não saber de Ti.
2. Te dou meu coração sincero para gritar sem medo, formoso é Teu amor. Senhor, tenho alma missionária, conduza-me à terra, que tenha sede de Ti.
3. E assim eu partirei cantando, por terras anunciando, Tua grandeza, Senhor. Terei meus braços sem cansaço, Tua história em meus lábios e a força na oração.
Reflexão e aprofundamento
Tema: Catequese: missão e compromisso - Fundamentação bíblica: Lc 24, 13-35
O mês vocacional nos chama à reflexão para a importância da vocação, na descoberta do nosso papel e do nosso compromisso com a Igreja, a sociedade e, acima de tudo com a vida. A catequese enquanto processo de educação na fé, não se limita ao ensinamento de conteúdos teóricos, desconectados da realidade. O próprio Diretório Geral para a Catequese afirma que: “é mais que um ensino: é um aprendizado de toda vida cristã, uma iniciação cristã integral, que favorece um autêntico seguimento de Cristo, centrado na sua pessoa” (cf. nº 67).
O encantamento inicial, o primeiro anúncio (querigma) é, pois, uma experiência verdadeira de Jesus Cristo, um caminho que deve ser percorrido por todos aqueles que pelo batismo assumem sua vocação de discípulos missionários.
Ao percorrer o caminho catequético o processo de encantamento e reconhecimento do Senhor Ressuscitado é um caminho de formação gradual, com suas características peculiares, gestos, ritos e sinais, como nos mostra o Documento de Aparecida: “o caminho de formação do cristão, na tradição mais antiga da Igreja, teve sempre caráter de experiência, na qual era determinante o encontro vivo e persuasivo com uma experiência que introduz o cristão numa profunda e feliz celebração dos sacramentos, com toda a riqueza de seus sinais. Desse modo, a vida vem se transformando progressivamente...” (cf. DAp. nº 290).
Sabemos que antes da catequese existe um momento importante que é o do anúncio de Jesus Cristo, conforme já sinalizamos acima. Este anúncio pode ser relacionado à experiência do encontro, do reconhecimento na fração do pão – na koinonia (Lc 24, 30-32). Por este processo se compreende a ressurreição.
Para enriquecer a nossa reflexão, vamos aprofundar o tema da catequese como caminho que conduz à ressurreição. Para tanto, retomamos o texto bíblico de Lucas, 24, 13-35. Será necessário estarmos dispostos a percorrer este caminho, como fez o próprio Jesus Cristo ao longo da estrada de Emaús. A sugestão é a leitura do texto indicado acima. Dar um tempo para a leitura e meditação do texto lido.
A metodologia catequética de Lucas nesta perícope de Emaús tem cinco etapas, a saber:
1ª Etapa da Aproximação: - “O próprio Jesus se aproximou” (cf. 24, 13-24) – Aproximação da realidade dos discípulos. Exercício de paciência, pedagogia do amor e da escuta. No processo da Encarnação encontramos um Jesus companheiro da caminhada que se faz catequista, animador vocacional e lança a semente da paz àqueles desacreditados que tinham necessidade de alguém para acalmá-los e conduzi-los pelo caminho.
2ª Etapa da formação catequética: “Então Jesus disse a eles...” (cf. 24, 13-24) - Anúncio da Palavra de Deus, a qual liberta, chama e faz as pessoas sentirem “o coração pegar fogo - arder”. Faz as pessoas serem capazes de dar uma resposta generosa ao chamamento divino. Nesta etapa Jesus faz catequese bíblica com eles. Eles são colocados em contato com a Escritura. A Palavra de Deus ajuda e prepara aqueles que estão em busca de discernimento vocacional. A Palavra de Deus trás a paz tão desejada e ao mesmo tempo forma pessoas com coração abrasado de amor, semente da paz verdadeira.
3ª Etapa do cultivo: “Quando chegaram perto do povoado...” (vv. 28-29)- é o resultado da primeira e da segunda etapas (Aproximação e Formação). O peregrino Ressuscitado opta por uma catequese amadurecida, que respeita etapas e processos, que gera confiança fruto da semente da paz lança no solo fértil daqueles corações endurecidos. Por isso, os discípulos vocacionados de Emaús criaram gosto pela catequese do caminho e apaixonaram-se pelo seguimento do Ressuscitado. A conversa pelo caminho tinha sido muito agradável. Lucas quer mostrar que o interesse dos discípulos por Jesus vai aumentando progressivamente. Eles vão sendo cultivados. É a etapa do cultivo! Encanto, admiração, zelo e paixão apostólica, bem como sentido de pertença não podem faltar neste processo catequético.
4ª Etapa da comunhão; acompanhamento e partilha: “Então Jesus entrou para ficar com eles...” (vv. 29b – 32) – O gesto de entrar para ficar com eles significou não apenas estar perto ao longo de um trecho do caminho, mas realmente percorrê-lo junto, partilhando. O catequista assume a responsabilidade de acompanhar a fé dos discípulos vocacionados. Quem acompanha torna-se o Cristo na vida do outro, porque ouviu claramente o anúncio da salvação, do testemunho. Portanto, o anúncio da palavra evangélica exige daquele que dá este testemunho, a disponibilidade de acompanhar e de ajudar o discípulo desacreditado e que agora demonstra abertura para a partilha. Não basta proclamar ou testemunhar uma única vez esta fé. Será preciso também ajudar a eliminar e a superar os obstáculos, as encruzilhadas do caminho, principalmente quando “já é tarde e a noite vem chegando” (vv. 28 e 29a). Entrar e ficar com eles, isto é, partilhar “a própria carne e o próprio sangue”, como memorial pascal, sacrifício sacramental da morte e ressurreição do Senhor. É como uma redescoberta e uma nova concepção de catequese. Conduz à entrega do coração a Deus, à comunhão com a Igreja e a participação em sua missão rumo à paz definitiva.
5ª Etapa da missão: - “Eles se levantaram e voltaram correndo para Jerusalém (vv 33-35). Os olhos dos discípulos se abriram e os corações deles estavam ardendo. Voltaram correndo, naquela mesma noite para Jerusalém, de onde a missão e o profetismo começa e se espalha. O relato dos discípulos de Emaús revela-nos a riqueza e a força das palavras com que terminava a missa em latim: “Ite, missa est!” “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”. “Eis-me aqui, envia-me (cf. Is 6,8). Ir e fazer discípulos significa assumir o compromisso vocacional com a vida em todas as suas dimensões. A missão começa em “Jerusalém”, lugar dos desafios para a paz, lugar onde as sementes de paz devem ser lançadas.
Hoje a catequese é desafiada a ajudar os novos discípulos missionários a construir sua identidade de fé e a não fugirem da “Jerusalém” que clama por paz. Portanto, se faz necessário estabelecer processos de amadurecimento da fé nos quais os cristãos vocacionados adquiram convicções e estabeleçam valores que orientem suas vidas à plenitude maior: à paz como lugar da vida e da ressurreição. Por isso, devemos nos perguntar: A catequese, num tempo de apelação ao sagrado e de relação utilitária com Deus, pode nos ajudar na construção da vida plena para todos como semente de paz?